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Mercado imobiliário teme inflação, mas está otimista com futuro

Estudo indica que 74% dos líderes do setor acreditam que ambiente deve melhorar nos próximos 12 meses Gustavo Favaron, CEO do GRI Club, ente...

Estudo indica que 74% dos líderes do setor acreditam que ambiente deve melhorar nos próximos 12 meses

Gustavo Favaron, CEO do GRI Club, entende que mercado imobiliário está otimista apesar de enxergar cenário econômico desfavorável/ Crédito: Divulgação

Na visão de líderes do mercado imobiliário brasileiro, a economia não deve mudar muito nos próximos meses. É isso que mostra o Termômetro Imobiliário, estudo realizado pela Brain Inteligência Estratégica, em parceria com o GRI Club, que ouviu empresários e profissionais de grandes companhias do setor. 

Segundo a pesquisa, 61% esperam que a economia permaneça como está nos próximos 12 meses. Já 14% acreditam que ela estará pior ou muito pior, enquanto 23% antecipam que estará melhor. O movimento indica uma percepção de estabilidade para o setor, pois no último trimestre, 24% (-1%) dos respondentes esperavam um cenário melhor e 28% (-14%) esperavam um cenário pior.

Em contrapartida, os líderes do setor estão otimistas com o futuro do mercado imobiliário. A pesquisa indica que, apesar de não apresentarem tanto entusiasmo com a economia, para 74% dos respondentes, o segmento imobiliário deve melhorar nos próximos 12 meses.

O valor corresponde à soma de líderes que acreditam que estará muito melhor (2%) e melhor (72%). Enquanto 24% espera que o segmento se mantenha como está atualmente, apenas 2% acreditam que ele estará pior. 

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“Com a desaceleração da economia, seria natural que o otimismo com o mercado imobiliário também caísse, mas, na prática, ele aumenta. A estabilização da Selic ajuda a fomentar este cenário”, analisa Gustavo Favaron, CEO do GRI Club.

No entanto, ele entende que este otimismo deve apresentar uma queda no próximo trimestre. “A alta taxa de juros e o custo dos materiais vão refletir no preço”, aponta. “Além disso, a pesquisa foi realizada antes do anúncio das mudanças promovidas no financiamento imobiliário”.

+ Bancos começam a subir juro do crédito imobiliário e a apertar condições de financiamento

No último mês, a Caixa Econômica Federal anunciou uma série de alterações nas regras para buscar financiamento. Entre as medidas, estão a definição do valor de compra ou venda ao limite de R$ 1,5 milhão e a redução nas cotas de financiamento para até 70% do valor do imóvel.

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“Possivelmente, veremos uma desaceleração leve na velocidade de venda dos lançamentos, seguida por uma alta de preços. A demanda restringida para a aquisição de imóveis também pode fazer o preço dos aluguéis subir”, antecipa o executivo. 

Expectativa para as empresas

Fato é que as iniciativas e o cenário positivo para os empresários devem impulsionar o setor imobiliário. Não à toa, 72% esperam resultados melhores para seus negócios nos próximos 12 meses, enquanto 16% esperam resultados muito melhores. De acordo com o estudo, 67% já estão atuando para investir ou ampliar os negócios, enquanto 33% aguardam para tomar decisões. 

“O Governo Federal vem demonstrando de maneira efetiva o interesse em investir no Minha Casa, Minha Vida e o público de altíssimo padrão é muito resiliente, não sente as pressões de preço”, justifica Favaron. “A classe média é a que mais sente os efeitos da inflação. Isso deve fazer os empresários recalibrarem seus produtos”, indica. 

Setores com oportunidades

Para 65% dos líderes imobiliários, as melhores oportunidades do setor estão no segmento residencial. Os galpões, segundo 58% dos respondentes, aparecem como o segundo setor com mais oportunidades, seguido de loteamentos (40%), infraestrutura (40%) e shopping center (23%). Em contraste, apenas 19% apontaram os escritórios e 7% os hotéis. 

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“O setor de escritórios não ser considerado um dos ativos mais importantes ou desejados do segmento ainda é reflexo da pandemia, examina Favaron. “Porém, a tendência é de evolução, pois já vemos um movimento expressivo de volta aos escritórios. Porém, um projeto de escritório percorre uma longa jornada para sair do papel e se tornar realidade. Assim, é possível vermos uma escassez no futuro”.

Principais dificuldades do setor

Apesar do bom momento e das altas expectativas, os empresários também precisam lidar com diversos obstáculos. E nenhum é tão marcante quanto os custos de produção, segundo 65% dos entrevistados. Processos de aprovação (44%) e acesso limitado a crédito e financiamento (42%) também se destacam entre as respostas apresentadas. 

+ A corrida das pequenas construtoras para financiar projetos imobiliários

Já entre os fatores mais críticos, 93% dos líderes apontam a taxa de juros elevada como o principal deles, seguido do ambiente político-institucional do País. “As principais dificuldades do mercado imobiliário estão relacionadas à participação das autoridades no processo”, comenta Favaron. “Apesar de melhorias em diversas prefeituras, ainda é difícil aprovar um projeto no País”. 

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“O acesso limitado ao crédito e a taxa de juros alta também ajudam a desacelerar a economia e isso reverbera na confiança do consumidor em comprar um imóvel. Se o índice de confiança e os juros sobem, o valor da parcela dos financiamentos também sobe. E se o consumidor se sente inseguro, ele adia a compra do imóvel. É um ciclo”, aponta.


Fonte: Estadão

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